Recursos

Autofacilitação: a chave para desbloquear seu potencial criativo

Semana passada tivemos nosso Protesto #008, um bate papo interativo conduzido pela Florentine Versteeg-Vedana, uma das fundadoras da Manifesto 55. O foco da conversa foi o desbloqueio do potencial criativo e a superação de crenças e hábitos que nos limitam.

Falamos da desconexão da vida adulta com a criatividade, do distanciamento em relação a tudo que é lúdico, e do silenciamento de nosso “artista interior”. Como você pode imaginar, muitas ideias foram compartilhadas e muitas reflexões semeadas.

Por isso, resolvermos compartilhar aqui no blog alguns insights que surgiram lá e que poderão ajudar você, leitor, a se reconectar com seu potencial criativo!

A poeira do dia a dia

É possível que você já tenha lido que “toda criança é uma artista, o problema é continuar artista depois de crescer.” Essa frase é atribuída a Pablo Picasso e ilustra bem um dos dilemas da vida moderna: como permanecer em contato com a criatividade em meio às responsabilidades que se acumulam, aos múltiplos compromissos, aos boletos a pagar, à falta de tempo e à passividade convidativa de um sofá e uma novela no final de um dia conturbado?

Tarefa árdua, todos concordamos, mas de forma alguma impossível.

Tendo como base as provocações apresentadas por Julia Cameron no livro O Caminho do Artista, indicado como material de pesquisa e apoio pela Florentine, começamos a desenhar caminhos para nos reconectarmos com nosso “eu” criativo, nosso “eu” artista, nosso “eu” leveza. Mesmo com as idas e vindas do cotidiano.

E o primeiro passo foi justamente este: entender que todos podem se reconectar com sua criatividade, que ela nunca esteve perdida, apenas adormecida sob a poeira do dia a dia.

O artista que habita cada um de nós

Mas de que forma cultivar o artista que habita em nós?

Bem, esse artista pode ser entendido como o próprio potencial criativo. A ideia é tratá-lo como uma criança e alimentá-lo com estímulos construtivos. Um reencontro com amigos, um passeio, um instrumento musical, um esporte, um hobby, um projeto… há infinitas formas de agradá-lo, de fazê-lo desabrochar novamente e cultivá-lo.

Outra atitude importante é identificar e silenciar a voz crítica que carregamos conosco. Sabe aquela voz que nos impede de tentar? De brincar? De errar, de aprender e evoluir?

Precisamos identificá-la e silenciá-la, ou a transformá-la em um ponto de apoio em vez de uma barreira. Aliás, um dos pensamentos que mais teve eco entre os participantes desse Protesto foi o desejo de ser mais tolerante consigo mesmo, de acolher os tropeços da criança interior e acalentá-la em vez de apenas julgá-la.

Abrindo portas onde há somente paredes

Como debatemos em Por que a criatividade é fundamental para o futuro?, a criatividade não é um dom exclusivo para alguns escolhidos. Ela, na verdade, é uma habilidade que pode ser desenvolvida, aperfeiçoada ao longo da vida.

A mente criativa não necessariamente é aquela que passa o dia todo concebendo uma obra de arte, mas aquela que resolve os problemas do dia a dia enxergando conexões inusitadas e ligando pontos distintos. É a mente das soluções inesperadas, aquela que se permite fazer diferente, que testa, que especula, mistura e eventualmente encontra uma saída inovadora, uma alternativa para o caminho convencional.

O hábito de cultivar uma mente criativa é um verdadeiro bálsamo para a pressão e a velocidade de nossos tempos.

A autofacilitação e o desbloqueio do potencial criativo

Se você nos acompanha aqui no blog ou nas redes sociais, já deve saber que quando falamos em facilitação, estamos nos referindo a um processo de mediação de grupo que tem como objetivo potencializar a aprendizagem, incentivar o engajamento e criar um espaço favorável à troca de conhecimento.

O facilitador é figura-chave nesse trajeto. É ele o guardião da cocriação, uma vez que a facilitação se configura como um processo colaborativo.

A facilitação, portanto, emana do facilitador e do grupo “facilitado”, que, juntos, cocriam uma experiência coletiva que tem lugar no mundo. Assim, ela pressupõe a interação e a cocriação para existir. Oras, não é possível facilitar se não há um grupo envolvido num processo de aprendizagem ou de desenvolvimento, certo?

A autofacilitação, por outro lado, é uma iniciativa voltada para a autodescoberta e para o autodesenvolvimento. Aqui, ocorre uma internalização de conceitos e práticas. Justamente porque acreditamos que a qualidade da intervenção dependerá da condição interna do interventor.

Para o facilitador, trata-se de um aprendizado especialmente importante, um aprendizado que o ajudará a se reconectar com seu artista interior por meio de técnicas e ferramentas específicas, aplicando os princípios da facilitação em sua própria vida.

Por meio da autofacilitação, ele desenvolverá a consciência da voz e do corpo, compreenderá as próprias forças e fraquezas e aprenderá a trabalhar com elas, conhecerá técnicas de improvisação e, acima de tudo, estará em contato com seu potencial criativo, buscando novas perspectivas.

Dessa forma, a facilitação se torna um estilo de vida, e o terreno cognitivo individual se torna fértil para o crescimento saudável do artista interior.

Facilitar o encontro consigo mesmo, com o arcabouço de referências, ideias e interesses que cada indivíduo carrega, ajuda a manter as vias respiratórias da criatividade desobstruídas! 🙂

Se você tiver interesse em saber mais sobre facilitação, acompanhe nossa agenda e veja quando nossos cursos e formações serão oferecidos em sua cidade!