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Como utilizar o seu potencial criativo?

Quando somos crianças tudo é novo. Não sabemos como as coisas funcionam, mas isso não é motivo para deixarmos de interagir com elas – bem pelo contrário. Nessa fase da vida, nosso potencial criativo, aliado à curiosidade e à vontade genuína de aprender, nos torna grandes exploradores, cientistas de nosso próprio pequeno universo.

Entretanto, essa atitude comumente não é estimulada por muito tempo. Em seu lugar, espera-se que coloquemos o aprendizado mais tradicional, baseado ainda em práticas surgidas no período medieval e em teorias, como o behaviorismo, que prescrevem a repetição para estimular a aprendizagem.

Ainda assim, há uma tendência que, pode parecer antagônica, hoje, nas organizações. Enquanto novas tecnologias são utilizadas para sofisticar processos e produtos, como o machine learning, por exemplo, utilizado pela Netflix e pelo Google, visando a prever comportamentos, entre outras aplicações, nunca as chamadas soft skills, conjunto de habilidades comportamentais e sociais das quais a criatividade faz parte, estiveram tão valorizadas.

Conforme vimos neste artigo, a criatividade já é entendida como o traço número 1 para os líderes do futuro e está entre as habilidades essenciais a serem desenvolvidas nos alunos, a fim de prepará-los para os desafios que estão surgindo neste novo século.

Uma matéria recente da Revista Época também apontou que a criatividade está entre as cinco habilidades mais relevantes para os profissionais do mercado brasileiro.

Diante disso, que tal preparar-se para desenvolver e utilizar o seu potencial criativo para o ano que vem aí? Veja como, conferindo as dicas a seguir!

5 truques para reconectar-se com seu potencial criativo

1. Tenha cuidado com o excesso de autocrítica

Muitas vezes, a censura não vem de fatores externos, mas parte de nós mesmos, ao desmerecermos nossas ideias e avaliarmos que uma inovação não é possível. Nosso potencial criativo, para ser desenvolvido e passar da latência à aplicação prática, precisa de incentivo. Busque não podar ideias que possam florescer. Antes de refutá-las, pense sempre “e porque não?”.

A técnica do brainstorming utilizada desde por criativos da indústria do marketing e da publicidade até por professores em sala de aula, é um exemplo disso. Seu princípio é o de gerar uma “tempestade de ideias”, de modo espontâneo e sem julgamentos ou censura. Somente assim, conseguiremos ter uma fluência maior de ideias, exercitando a criatividade na resolução de problemas e proposição de melhorias.

Procure substituir o excesso de autocrítica pela autoconfiança, acredite em seu potencial criativo, assuma riscos calculados, faça novas conexões entre coisas e mesmo com pessoas, tenha segurança para ousar e criar!

2. Faça a gestão de seu tempo

Cada vez mais é necessário encontrarmos um método para administrarmos nosso tempo. Se não tomarmos a dianteira desse que é nosso recurso mais valioso, nos tornamos reféns da opinião alheia, sem conseguirmos traçar e lidar com nossas prioridades. Muitas pessoas acabam repetindo respostas e comportamentos culpando sua falta de tempo por isso.

Albert Einstein já dizia que “falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos”. Tenha em mente que o seu dia tem o mesmo número de horas de pessoas que exercitaram seu potencial criativo, como Leonardo da Vinci, Henry Ford e Steve Jobs.

A diferença reside na gestão do tempo. Ao invés de chegar em casa e ligar a TV ou passar horas nas mídias sociais sem um objetivo traçado, experimente reservar momentos do seu dia para esboçar ideias, pensamentos, planos e soluções para suas demandas. Práticas simples como essa exercem grande impacto em nosso potencial criativo!

3. Não relegue suas emoções

Muitas vezes, somos incentivados a conter e a controlar nossas emoções, deixando-as completamente em segundo plano ou mesmo tentando suprimi-las.

Mesmo as tidas emoções negativas como a raiva, por exemplo, pode demonstrar nossa paixão por algo, um excesso de vergonha ou autocrítica, pode indicar que você mesmo está bloqueando seu potencial criativo. Preste atenção às suas emoções, elas refletem uma de nossas partes mais autênticas. Procure entender o que elas significam e redirecioná-las de modo positivo.

4. Não tenha medo de errar

O medo de errar é um dos maiores limitadores de nossa criatividade. Em nossa cultura, fortemente dicotômica que coloca em eixos opostos certo x errado, falha x sucesso, o erro ainda é fortemente relacionado à ideia do fracasso, entretanto isso não é totalmente verdadeiro.

Em organizações altamente criativas, como as do Vale do Silício, por exemplo, ele é visto como parte integrante do processo de inovação – afinal, só não erra quem não tenta criar algo novo.

O erro faz parte do aprendizado e pode potencializar nossa criatividade. Thomas Edison afirmava que havia aprendido muito mais com seus erros do que com seus acertos e Steve Jobs entendia que o erro era um indício que apontava que ele deveria buscar uma nova e mais efetiva direção. As pessoas que utilizam seu potencial criativo, não deixam-se limitar pelo medo de cometer erros, mas buscam aprender com eles e utilizá-los como impulso para estimular sua criatividade.

5. Faça mudanças autênticas em sua rotina

Faça um levantamento factível e sincero sobre pontos que você gostaria de mudar em sua rotina pessoal e organizacional. Por exemplo, se em sua organização você percebe que emprega tempo demais em reuniões desnecessárias, avalie mecanismos para promover uma mudança positiva no ambiente – quem sabe utilizar a tecnologia à seu favor, melhorando e dando qualidade ao processo?

Crie metas que sejam possíveis de cumprir e que trarão benefícios reais para sua rotina e que liberarão sua energia para focar-se em processos e soluções criativas. Se não souber por onde começar, procure programas e treinamentos focados nesse resgate do potencial criativo.

A criatividade é uma competência disponível a todos e cada vez mais valorizada em nossas relações pessoais e profissionais. Idalberto Chiavenato, especialista em Recursos Humanos, afirma que em nossa Era do Conhecimento “a base da excelência organizacional passou a ser o elemento humano”.

São as pessoas que, no final das contas, fazem a diferença. Tecnologias podem auxiliar a otimizar processos, mas não eliminam a importância da criatividade humana. Em um cenário de alta complexidade, como o que vivemos hoje, que exige respostas inovadoras, o potencial criativo volta a assumir o protagonismo que tinha lá em nossa infância, mas dessa vez focada na criação de soluções inovadoras que gerem um impacto positivo na sociedade. Que tal fazer parte disso?