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Empatia e a nova liderança

Por Roberta Perdomo, Sócia fundadora da Aqto Consultoria Relacional

Finalmente, a empatia está se tornando um tema cada vez mais pertinente em ambientes de trabalho. Cada colaborador da equipe é único e saber o que importa a cada um faz toda a diferença na gestão de pessoas e resultados. E mais que isso, gera engajamento.

Aprender mais sobre a empatia significa desenvolver melhor o seu papel de liderança e conseguir atingir as suas metas de forma mais significativa.

Afinal, é buscando enxergar a situação a partir do olhar dos outros que conseguimos descobrir o que fazer para ajudá-los, e o que evitar para não prejudicá-los.

Seja para motivar as pessoas da sua equipe ou seja para gerar inovação, ter empatia é fundamental para qualquer trabalho orientado a pessoas.

No artigo de hoje, entenda um pouco mais sobre a empatia e veja como ela pode ser importante para você lidar com grupos, tendo em vista que a empatia está intimamente ligada à nova liderança e ao melhor relacionamento com as pessoas.

Então, o que é empatia?

A empatia pode ser vista como uma forma de colocar-se no lugar de outra pessoa (de forma simbólica), para que, assim, você perceba, de acordo com os “olhos” dela, quais são as suas necessidades, o que ela precisa e o que ele sente. Ou seja, é uma forma de você pensar levando em conta a visão do outro, que pode ser diferente da sua, é o reconhecimento do estado emocional e da situação de outra pessoa.

Isso pode ser feito levando em conta os membros de sua equipe, pois quando você se coloca no lugar de um colaborador, você passa a perceber os motivos dos comportamentos dele e passa a compreender o que ele deseja e precisa para engajar-se, como ele gostaria de ser tratado, o que ele valoriza, etc.

O mesmo ocorre quando nos colocamos no lugar de nossos clientes. Dessa forma, fica mais fácil proporcionar uma experiência significativa para eles, fazendo com que seja uma experiência única e que atenda às suas reais necessidades. Isso só pode ser feito por meio da empatia, pois assim você saberá como agir nas mais diferentes situações.

A base para isso é compreender nossas próprias emoções. Uma boa dose de autoconhecimento nos ajuda a observar e a interpretar corretamente o que as pessoas estão pensando ou sentindo.

Também vale ter uma natureza curiosa, fazendo mais perguntas do que emitindo respostas prontas, ouvindo os membros de seu time, mais do que falando, interessando-se pelas pessoas genuinamente. E claro, ter humildade. Ter humildade nos coloca à disposição para escutar de maneira mais focada e ativa.

Quais são os tipos de empatia?

É possível afirmar que existem três tipos de empatia: a empatia cognitiva, a emocional e a compassiva.

Empatia cognitiva

A empatia cognitiva significa saber o que a outra pessoa sente, o que ela provavelmente está pensando, e é muito indicada para motivar as pessoas e para realizar melhor as negociações.

Os líderes utilizam essa técnica para motivar sua equipe para que ela tenha os melhores resultados e esteja constantemente engajada.

Quando passamos a perceber o que o outro pensa e sente, fica mais fácil continuar motivando-o e auxiliando-o no que for necessário para que esse seja um fluxo constante e ininterrupto.

Empatia emocional

O segundo tipo é a empatia emocional, que seria sentir fisicamente o que a outra pessoa sente. Ao se colocar no lugar do outro, a pessoa passa a sentir até mesmo fisicamente o que o outro está sentindo.

Ao mesmo tempo que esse tipo de empatia pode melhorar o relacionamento com a sua equipe, ela pode trazer algumas dificuldades, pois pode tornar-se extremamente estressante e desgastante.

No entanto, quando se trata de proporcionar experiência única para o cliente ou mesmo para sua equipe, esse tipo de empatia pode auxiliar para gerar um feedback bastante verdadeiro e sincero.

Empatia compassiva

O último tipo de empatia é a empatia compassiva. Nela, além de entendermos as condições de pensamento e sentimento do outro, nós somos espontaneamente motivados a ajudar o outro quando necessário.

Qual é o melhor tipo de empatia para o líder?

Quando se trata de liderança, é interessante perceber qual tipo de empatia mais se encaixa no seu perfil para que você possa realizar um trabalho realmente diferenciado e significativo.

O recomendado é saber quais são os seus objetivos e as metas de seu projeto, para que assim você possa treinar as suas habilidades empáticas de modo a sensibilizar empaticamente sua equipe para essa direção.

Se você precisa que sua equipe se mantenha sempre motivada para realizar suas tarefas, a empatia cognitiva pode ser muito interessante, tendo em vista que você terá maior capacidade para lidar com cada pessoa, para resolver os conflitos e para mantê-los engajados em um objetivo em comum.

Por outro lado, se você deseja trabalhar com o público e tentar descobrir maneiras de aumentar as vendas e proporcionar experiências significativas, você precisará compreender, além dos pensamentos, os sentimentos das pessoas após as experiências. Nesse caso, a empatia compassiva é bastante funcional.

Hoje, de modo geral, o mercado está bastante comoditizado e homogeneizado. As empresas possuem estruturas semelhantes, os mesmos sistemas de computadores e tecnologias. O grande diferencial é gerado, no final das contas, pelas pessoas e pela contribuição criativa delas para o sucesso das organizações.

E, para isso, as lideranças precisam ser sensibilizadas a não perceberem os membros de suas equipes apenas como peças funcionais de uma engrenagem, mas a enxergá-los de modo atento e respeitoso como seres humanos integrais, com coração, mente e espírito. E a empatia é uma excelente ferramenta para essa tarefa.

Como a empatia é praticada na sua organização? Você tem alguma experiência que mostre como ela pode ser significativa nas relações entre as pessoas? Compartilhe suas ideias nos comentários!

 

Roberta Perdomo, Sócia fundadora da Aqto Consultoria Relacional, é Coach Ontológico e Consultora de RH. Atuou como Gerente Executiva de RH na P&G e como Gerente de Negócios na Wisnet Consulting. Tem mais de 10 anos de experiência como facilitadora de programas de desenvolvimento de líderes. Nos últimos anos, atuou em empresas como Itaú Unibanco, Scania, Atlas Copco, Raia Drogasil, Allianz, Resultados Digitais e DOT Droup.