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6 estilos de liderança propostos por Goleman

Em nossos cursos, quando falamos sobre a jornada do líder-herói para o líder-facilitador, passamos a ideia de que a transformação não ocorre apenas pela mudança radical do perfil do líder, de um extremo ao outro, mas que, na verdade, ocorre pela expansão dos estilos de liderança que o líder tem a disposição para diferentes momentos.

Consistentemente, alguns líderes acabam escolhendo uma atitude controladora como estilo único de liderança, ao invés de explorarem outras formas de liderança, como a coparticipação, por exemplo, quando as pessoas também podem contribuir com ideias para resolver problemas complexos da organização.

Às vezes, uma equipe precisa de uma liderança visionária. Às vezes, as pessoas precisam de uma direção.

Às vezes, um colega de equipe precisa de um abraço caloroso. Por isso, o líder que se conhece e busca se desenvolver é aquele que entende isso e é capaz de mudar seu estilo constantemente e se adequar ao que se faz necessário no ambiente corporativo.

De acordo com Daniel Goleman, psicólogo Ph.D. e autor dos best-sellers Inteligência Emocional e Inteligência Social, por meio de um estudo com mais de 3.000 executivos concluiu que eles utilizam normalmente seis estilos de liderança e que cada um deles possui efeitos diversos sobre suas equipes.

A seguir, vamos conhecer quais são esses estilos e fazer uma breve análise sobre como eles podem afetar o clima da empresa.

1. Estilo de liderança direcionador

“Faça o que eu faço, agora!”

O líder direcionador cria desafios e objetivos difíceis de serem alcançados, impondo um padrão de alta performance. Ele exige a excelência de sua equipe e, muitas vezes, utiliza a si próprio como modelo a ser seguido pelas pessoas que o rodeiam.

Com isso, ele acusa frequentemente seus colaboradores com fraco desempenho, criando um clima de ameaça de que eles poderão ser substituídos caso não se esforcem para atingir as exigências solicitadas.

Esse estilo funciona quando a equipe é qualificada, está motivada e o líder precisa de resultados rápidos. No entanto, mesmo que o resultado seja alcançado, o ambiente e o clima de trabalho podem ser destruídos no processo.

Se utilizado em excesso, o estilo direcionador pode oprimir os membros da equipe e impactar negativamente nos esforços de inovação.

2. Estilo de liderança coercitivo

“Faça o que eu digo”

O líder coercitivo exige o cumprimento de uma ordem imediata, esperando total conformidade naquilo que foi solicitado.

Esse estilo é mais eficaz em tempos de crise ou quando é necessário ajudar a controlar um colega de equipe problemático, quando todas as outras alternativas fracassaram.

O problema de usá-lo frequentemente é que o estilo coercitivo pode alienar as pessoas e sufocar a flexibilidade e a inventividade.

Incapazes de agir por sua iniciativa, as pessoas acabam perdendo a responsabilidade pela sua performance.

O líder coercitivo precisa ter autocontrole emocional, o que pode criar uma imagem de insensibilidade e deixar traumas profundos na sua equipe.

Dessa forma, esse estilo deve ser usado apenas raramente, em situações em que se torna absolutamente indispensável.

3. Estilo de liderança autoritário

“Venha comigo”

O líder autoritário mobiliza a equipe na direção de uma visão comum, concentrando-se nos objetivos finais, mas sem dizer como cada indivíduo deve chegar lá.

Esse estilo acaba criando um espírito de empreendedorismo e de entusiasmo na equipe para alcançar suas metas. Ele é mais utilizado quando uma mudança requer uma nova visão ou uma direção mais clara.

Este é o líder mais visionário, positivo e eficaz. Quem trabalha para esses líderes percebe que aquilo que ele faz tem importância e entende o porquê. Nesse estilo, há autoconfiança e empatia e esse líder é um grande catalisador de mudanças.

Essa abordagem motivacional pode falhar se o autoritarismo se tornar excessivo a ponto de ficar insuportável, ou se o líder for menos experiente que a sua equipe.

4. Estilo de liderança maternal

“Pessoas em primeiro lugar”

O líder maternal trabalha para formar laços emocionais entre a equipe e a organização, criando um sentimento de ligação, harmonia e pertencimento.

Esse estilo é mais utilizado como forma de motivação da equipe em momentos de estresse ou nos quais é necessário recobrar a confiança na equipe. Seu subproduto é a melhoria da comunicação entre a equipe e a liderança.

Nesse estilo, não existem restrições desnecessárias e as pessoas têm mais liberdade para agir da forma que acreditem ser mais eficaz.

No entanto, usado em excesso, pode gerar uma fraca performance da equipe, resultado da falta de feedbacks construtivos para melhorar o desempenho individual. Além disso, pode-se criar uma imagem de falta de direção e liderança.

5. Estilo de líder instrutor

“Tente isso”

O líder instrutor é o coaching que desenvolve a sua equipe para o futuro. Esse estilo funciona melhor quando o líder quer verdadeiramente ajudar os membros de seu time a se tornarem bem-sucedidos individualmente.

No entanto, o estilo instrutor não é eficaz quando o líder não tem proficiência ou os colaboradores não querem mudar ou aprender.

Aceitar fracassos de curto prazo, mesmo que isso implique em um aprendizado futuro é o estilo do líder instrutor. Pode parecer paradoxal mas, mesmo assim, este estilo tem o potencial de aumentar os resultados.

A razão disso é que ele exige uma empatia, autoconsciência e diálogo constante, deixando claro para os subordinados o que se espera deles.

6. Estilo de liderança democrático

“O que você acha?”

O líder democrático constrói o consenso por meio da participação de todos, criando um ambiente de confiança, respeito e liderança participativa. No entanto, deve existir moderação, pois o excesso de ideias e a falta de objetivos concretos podem tornar o consenso ilusório e os resultados distantes.

Não é o melhor estilo em situações de emergência, quando o tempo se torna essencial para atingir determinada meta ou os colaboradores não têm informação ou conhecimento suficiente para opinar sobre os problemas e as metas da organização.

Equalizar os estilos

Como você pode ter notado, cada estilo tem suas próprias vantagens e desvantagens. Eles são apenas estilos e não indicativos de quem o líder é.

Qualquer líder pode usar qualquer um desses estilos, mas a abordagem mais eficaz será sempre aquela que promova uma mistura entre os diferentes estilos. Eles nunca devem ser utilizados isoladamente, mesmo que aparentem ser positivos para a organização.

A nova liderança será aquela que sabe o momento ideal para dosar cada estilo, para cada membro da equipe e ajudando a organização a alcançar os resultados esperados.

Nós criamos uma ferramenta para equalizar os estilos e fazer adaptações (mais) sutis. No artigo ‘como mapear seu estilo de liderança descrevemos essa ferramenta em mais detalhe e no final pode baixá-la.

E você, já identificou o estilo (ou estilos) que utiliza com mais frequência? Qual deles você considera mais produtivo no seu dia a dia? Compartilhe conosco nos comentários!