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7 dicas para ter conversas melhores

Conflitos são parte da existência humana, ou melhor, da convivência humana.  Conversas com vizinhos, amigos, colegas e familiares sobre política, religião e economia costumam ser palco para pequenos ou grandes conflitos cotidianos.

Se atritos são inevitáveis, o que fazer para transformar esses desafiadores momentos em oportunidades para o diálogo e a compreensão? Talvez você não saiba, mas é possível enxergar conflitos como trampolins para a alteridade.

Quer saber como? Então venha refletir conosco. Aqui vamos abordar algumas técnicas para fazer com que você aperfeiçoe suas habilidades de escuta e oratória a fim de nutrir conversas mais significativas!

1. Ao dialogar, esteja presente

Quantas vezes você esteve atento às notificações do smartphone enquanto alguém falava, ou pior, quantas vezes digitou mensagens nesses momentos?

Ser multitarefas significa que você não está internamente focado em nada, e que sua mente e seu corpo estão em lugares distintos.

Combata essa tendência contemporânea e unifique sua presença e atenção!

Ao conversar, mantenha-se física e mentalmente presente, atento às ideias que seu interlocutor está transmitindo. Se você não está de fato presente em uma conversa, nada de construtivo poderá sair dela.

O esforço do diálogo se resumirá a duas pessoas trocando palavras e frases aleatórias.

2. Caso em conflito, assuma o papel do mediador

Mediadores ou facilitadores são pessoas que ajudam a direcionar um debate ou uma disputa. Eles atuam como uma terceira parte neutra e ajudam a canalizar o foco dos envolvidos no conflito. Por isso, muitos deles atuam na esfera jurídica.

No entanto, você não precisa ser um especialista em mediação para transformar um conflito em um diálogo construtivo.

Geralmente, as partes conflitantes perdem a capacidade de compreender o outro lado, pois estão focadas em se fazer entender primeiro. Para evitar que isso aconteça, mantenha-se aberto a novas ideias e faça a si mesmo estas três perguntas:

  • Qual é a sua maior preocupação?
  • O que você mais quer ver acontecer?
  • O que você mais quer que a outra pessoa entenda?

Essas indagações promovem uma troca de foco do problema para a solução!

3. Assuma que há sempre algo a aprender

Pense que cada pessoa é especialista em algo, e que sempre há algo a aprender em uma conversa. Jamais entre em um diálogo, por exemplo, projetando estereótipos ou fazendo pré-julgamentos.

Lembre-se, para construir algo em conjunto, é preciso que você deixe seu ego de lado, sua opinião pessoal e esteja aberto a aprender um novo conceito ou uma nova ideia, mesmo que de uma fonte ou forma inesperada.

4. Faça perguntas abertas

Tendemos a responder perguntas complexas de forma simples, e vice-versa. Então, se você quiser que seu interlocutor se abra e elabore repostas mais longas e complexas, opte por perguntas abertas, não deterministas.

Por exemplo, quando alguém narra um evento impactante e você pergunta algo como “E você se sentiu irritado/perdido/assustado/animado etc.?”, você está direcionando a conversa e é bem provável que ouça “Sim, exatamente”, ou uma reposta curta análoga.

No entanto, ao fazer uma pergunta aberta — por exemplo, “E o que você sentiu na hora?” —, você faz com que a pessoa reflita e procure descrever os próprios sentimentos de forma mais precisa.

Você permite que ela escolha o rumo da conversa, e que construa uma resposta mais completa e pessoal a partir do seu questionamento.

5. Não faça equivalência de experiências

Quando amigos nos contam sobre determinadas situações, especialmente de cunho traumático, tendemos a comparar com momentos pelos quais passamos.

Esse mecanismo é natural e intrínseco. Através dele, podemos exercer a empatia. No entanto, grave bem: o narrador não precisa ouvir seu relato!

Deixe que ele narre sua história e use o mecanismo da empatia para se relacionar com o sentimento descrito, mas não transforme a conversa em uma comparação ou disputa de sofrimento ou conquistas.

No final das contas, nenhuma experiência humana é igual. Cada pessoa é única e responde a situações de forma singular!

6. Siga o fluxo e esqueça os detalhes

Ao nutrirmos uma conversa, é natural que pensamentos, colocações e correções surjam de forma inesperada em nossa mente e que nos sintamos obrigados a declará-los em voz alta.

Não interrompa o fluxo de um debate apenas para expressar uma consideração que você achou genial.

Esteja atento ao timing e foque no que é essencial à troca de ideias. Talvez sua colocação seja, de fato, genial, mas pode ser também que aquele não seja o momento ideal para expressá-la.

Outra questão é que as pessoas geralmente não estão interessadas em detalhes, especialmente quando esses detalhes estão relacionados a pessoas e lugares que elas não conhecem. Foque no que é essencial para manter o interesse.

7. Simplesmente ouça

Pode parecer óbvio, mas não é. Enquanto espécie, estamos perdendo nossa capacidade de ouvir e, consequentemente, de compreender o outro.

Nossa sociedade está cada vez mais polarizada porque as pessoas não estão mais dispostas a escutar seus pares.

Simplesmente optamos por falar, mesmo sem ter conhecimentos dos fatos, das variáveis e até mesmo das próprias ideias que defendemos.

O problema é que quanto mais fazemos isso, mais o mundo se torna preto e branco aos nossos olhos e, consequentemente, distante da realidade, que é complexa e multifacetada.

Não é à toa que ouvir é a soft skill mais importante de nosso século. E não estamos falando de ouvir apenas para poder responder, e sim ouvir para compreender, para abrir um espaço de diálogo e de conexão.

Portanto, procure ouvir e, o mais importante, procure compreender!

Essas foram nossas sete dicas para ajudar você a ter conversas melhores.

Estar presente, pensar como um mediador, assumir que há sempre algo a aprender com o outro, fazer perguntas abertas e evitar equivalência de experiências, seguir o fluxo e esquecer os detalhes são técnicas simples que você pode começar a adotar em seu dia a dia para transformar momentos de conflito em diálogo, ou mesmo otimizar a qualidade das conversas que mantém.

Todas elas farão com que você se comunique de forma mais eficiente. No entanto, se você tiver que lembrar de apenas uma, lembre-se da última: ouça!

Ouvir é mais importante do que falar. Para dizer algo, e dizer com propriedade, é preciso estar disposto a ouvir primeiro.

Conhece outras técnicas que podem melhorar a comunicação? Compartilhe conosco deixando um comentário neste post.