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Como estimular a criatividade?

Caso você nunca tenha pensado sobre o assunto, o substantivo “criatividade” tem suas raízes no verbo latino “creare”, que pode ser literalmente traduzido para criar, erguer ou produzir.

Essa é a explicação linguística do termo, mas qual é a relação entre Neurociência e criatividade? Até aqui, sabemos que se trata de um fenômeno cerebral que suscita as mais variadas interpretações.

Se pararmos para procurar, vamos encontrar pareceres sociológicos, semânticos, teológicos, econômicos e, é claro, biológicos sobre o tema.

Neste artigo, vamos averiguar o que a Neurociência diz sobre a criatividade. Você quer entender melhor esse fenômeno? Quer saber se ele é intrínseco ao ser humano? Se ele é nato e imutável?

Que ótimo, questionar é uma boa maneira de trabalhar sua criatividade, como veremos mais adiante!

Vamos começar, juntos, mais uma reflexão!

Criatividade como resultado de processos cognitivos

Primeiramente, é preciso enxergar a criatividade como o fenômeno resultante de um conjunto de funções e comandos de nosso cérebro.

Tais mecanismos não são exclusivos de algumas pessoas e nem são dons, são apenas caminhos e gatilhos que podem ser treinados e aperfeiçoados.

Não há uma única região do cérebro responsável pela criatividade de um indivíduo, pelo contrário: ela brota das conexões e sinapses normalmente envolvidas em outras atividades, funções e estados emocionais, como tomada de decisão, proatividade, autoconfiança, capacidade analítica, capacidade de abstração, imaginação e raciocínio lógico.

O processo criativo completo — da concepção à concretização de uma ideia — engloba várias funções e caminhos conscientes e inconscientes, além das emoções.

Normalmente, diferentes regiões de cérebro são recrutadas para lidar com uma tarefa, agindo como se fossem um time a realizar uma missão.

Aqui, você pode argumentar: Mas não parece que algumas pessoas são mais criativas naturalmente? Que têm ideias inusitadas e inovadoras rapidamente e em qualquer situação?

Bem, talvez é porque elas estejam mais acostumadas a pensar “fora da caixa”, a elaborar as próprias respostas e soluções ao invés de aceitar “verdades prontas”.

Aliás, pessoas que incorporaram a criatividade em sua dia a dia, em sua rotina, sabem que não há “verdades prontas”, tudo é passível de construção e remodelagem.

A educação como alavanca da criatividade

Você sabia que existem várias metodologias de ensino infantil que buscam ativamente desenvolver a criatividade nas crianças? Os métodos Montessori e Waldorf são dois exemplos bem conhecidos.

Em ambos, o cérebro infantil, que é muito mais plástico do que o adulto, recebe diversos estímulos para criar respostas, conceitos, procedimentos, práticas e caminhos inovadores.

Em outras palavras, visões de mundo diferenciadas, subjetivas, alinhadas à individualidade de cada aluno são erguidas à medida que conexões não necessariamente óbvias são feitas.

Tais práticas permitirão, mais tarde, que os jovens reflitam, julguem e criem por si mesmos sem esperar a permissão ou a opinião alheia.

Isso é inovação!

A criatividade no mundo adulto

Assim como nos estudos, a criatividade é altamente valorizada no ambiente de trabalho, e chega a representar uma enorme vantagem competitiva para as empresas que veem nela um capital ativo.

Muitos profissionais que não tiveram acesso a uma educação humana e holística quando crianças, focada nos processos criativos, estão buscando maneiras de ampliar sua capacidade criativa.

Isso é possível?

Sim, como qualquer competência, é possível trabalhar os processos e conexões que levam à criatividade, treinar o cérebro para que ele elabore respostas e caminhos novos a partir de estímulos externos e de experiências já cristalizadas.

Trabalhos manuais, ações colaborativas e expressões artísticas das mais variadas naturezas são exemplos de estímulos por meio dos quais o ímpeto de criar é desenvolvido.

Como resultado, soluções criativas podem ser utilizadas em várias instâncias de nossa vida individual e coletiva. A criatividade é uma ótima ferramenta na resolução de problemas, na elaboração de alternativas, na comunicação de ideias e na percepção de situações e variáveis complexas.

A criatividade pode ser cultivada como uma planta

Compilamos aqui três ideias e práticas que vão ajudá-lo a se tornar mais criativo e a expressar isso em seu dia a dia. Confira!

1. Adquira conhecimento e pratique-o

Pessoas criativas tendem a ser repositórios de referências culturais, seja de filmes, livros, jogos, esportes, artes, enfim, elas estão sempre buscando informações sobre o universo em que vivem.

Elas têm a habilidade de buscar suas próprias inspirações, e não fazem muita distinção entre as áreas do conhecimento humano.

Isso faz com que novas ideias estejam sempre em gestação, o que fomenta o diálogo interno e o externo (com o mundo, com tudo que é estranho ao ego).

Paralelamente, elas praticam esse conhecimento. Atividades interativas e divertidas que demandam concentração vão contribuir para aguçar seu senso criativo a partir de habilidades que você utiliza diariamente, mas que nem percebe, como as analíticas, processuais e imaginativas.

Monte um quebra-cabeça de 1000 peças, por exemplo, ou brinque de mímica com seu filho ou com seus colegas. Em pouco tempo, você perceberá os benefícios que tais atividades trazem!

2. Torne-se um explorador de possibilidades 

Sabe quando surge um desafio? Pode ser um entrave no ambiente de trabalho ou uma questão familiar, pode ser até um mero dilema sobre qual canal de televisão assistir; não importa o tamanho e a natureza, explore as possibilidades de ação.

Imagine resoluções distintas e explique para si mesmo o sentido de cada uma delas. Para isso, é importante que você esteja sempre buscando novas fontes de informação e mantenha-se inspirado, conforme a dica anterior.

3. Mantenha-se aberto e faça perguntas

Pessoas criativas entendem a fluidez da vida e de tudo que ela engloba e, por isso, tendem a se afastar de ideias, parâmetros e comportamentais rígidos, fixos e imutáveis.

Sabe a história da metamorfose ambulante? É claro que ela não deve ser levada ao pé da letra, mas a essência dela é  benéfica e vantajosa.

Mantenha-se aberto a novas possibilidades e experiências, a caminhos e pensamentos inusitados. Evite fechar-se para o mundo e sua diversidade.

Se você não compreende um conceito, se ele não faz o mínimo de sentido para você, pelo menos tolere que outros o aceitem e o julguem plausível.

Coloque-se no lugar do outro. Uma forma simples de fazer isso ao enfrentar um desafio é se questionar: “Como meus amigos e familiares — qualquer outra pessoa que não eu — resolveria essa questão?”

Para finalizar, faça perguntas. Não tome respostas prontas como verdades absolutas. Lembre-se: nada é absoluto!

Nossa reflexão traz a importância de nunca parar de aprender, e sempre buscar desenvolver suas habilidades. Comente abaixo sua opinião! 🙂