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Qual é o papel do professor na sala de aula invertida?

Entre as novas metodologias de ensino que estão surgindo, alavancadas pelo sucesso da EAD, a sala de aula invertida é uma que, sem dúvida, tem alto potencial para revolucionar a educação.

Isso porque, como o próprio nome revela, ela é uma inversão da lógica didática tradicional, e o momento para isso não poderia ser mais apropriado!

Quanto mais conhecemos o cérebro humano, mais descobrimos que o ensino convencional não funciona uniformemente para todos. Pelo contrário: é uma minoria que realmente aprende ouvindo o professor em sala de aula.

No entanto, da mesma forma que desperta o interesse de escolas e educadores, a novidade também causa receio.

Afinal, com as transformações na educação, como fica o professor? Como ocorre a construção de conhecimento e como funciona a relação professor-aluno na sala de aula invertida?

É o que veremos neste artigo. Sente confortavelmente, relaxe e aproveite a leitura!

O conceito de sala de aula invertida

Se na sala de aula convencional o aluno absorve o conteúdo do professor por meio de aulas expositivas, na sala de aula invertida ocorre justamente o oposto.

O conteúdo é consumido pelo aluno em casa, por meio de videoaulas, e-books, tutoriais, áudios, games e podcasts. Para isso, ele só precisa de uma boa conexão com a internet.

A sala de aula torna-se, então, um espaço reservado para a prática de exercícios, elaboração de projetos e resolução de dúvidas. Ou seja, há um melhor aproveitamento do tempo e da expertise do professor, já que o aluno poderá dialogar com ele munido do conhecimento teórico.

Essa abordagem faz com que os estudantes assumam uma postura mais proativa, posicionando-os como protagonistas de sua própria evolução.

Talvez, aqui, você argumente: “Mas os alunos não estão acostumados com essa responsabilidade toda, certamente seu desempenho deixará a desejar”. Pode ser que você tenha razão, pelo menos num momento inicial.

Entretanto, tenha em mente que a sociedade em si está mudando. Tanto dos cidadãos quanto dos profissionais é esperada, cada vez mais, uma postura autônoma, ativa, autogerenciável.

Em outras palavras, estamos caminhando para um futuro em que as pessoas precisarão buscar as ferramentas certas para seu desenvolvimento, mostrando e exercendo um protagonismo maior.

Mas e o professor? Como ele se posiciona nessa história toda?

O papel do professor na sala de aula invertida

Não podemos imaginar que em dias de buscadores virtuais como o Google, que praticamente disponibilizam um mundo de informações com um clique, a prática do ensino vai permanecer a mesma das décadas anteriores.

O papel do educador muda porque o perfil do aluno e os recursos ao seu alcance também mudam!

No contexto da sala de aula invertida, o professor atua mais como um guia do que como um repositório de conhecimentos. A aula expositiva não desaparece por completo, ela permanece na forma dos materiais que mencionamos anteriormente.

A teoria é viabilizada por recursos tecnológicos. O objetivo? Garantir que o aluno não só memorize conceitos, mas saiba como aplicá-los e reproduzi-los em situações novas.

Há, aqui, uma construção de conhecimento ao invés de uma transferência, sendo o professor um agente dessa construção.

É ele que auxilia o aluno, apontando o caminho e se certificando de que cada turma tem acesso aos materiais e estímulos adequados para que possam exercitar, concretizar esse conhecimento.

Sobretudo, ele leva o aluno a problematizar o que foi aprendido nas videoaulas. Podemos defini-lo, assim, como um facilitador da aprendizagem; ele percebe as necessidades de cada turma e direciona os esforços em sala para atendê-las.

Esse tipo de aprendizagem construída e ativa se dá, na maior parte das vezes, por meio de projetos. Em sala, são propostas diferentes temáticas e cada grupo utiliza o que aprendeu para construir um projeto, problematizando um aspecto do conteúdo.

A necessidade de capacitação docente

Como essa dinâmica representa uma mudança brusca em relação ao que vem sendo praticado há séculos, é normal que surjam dúvidas, receio e até resistência.

É só pensar que todo processo de transformação que já aconteceu em nossa sociedade despertou o mesmo tipo de reação.

No final, entretanto, vence a proposta mais alinhada ao desenvolvimento da espécie humana.

Ao corpo docente, cabe se capacitar para absorver essa realidade da melhor forma possível, buscando cursos de especialização e aperfeiçoamento.

Como qualquer outra profissão, a prática didática não pode ficar parada no tempo, devendo identificar e se adequar às macro-transformações.

Já falamos aqui no blog sobre como os professores precisam ser sistematicamente treinados e avaliados antes de assumirem uma sala de aula. Essa é uma carência latente de nosso sistema de ensino, e, com a sala de aula invertida, a necessidade torna-se ainda mais clara.

É fundamental ao professor, portanto, que se mantenha atualizado e busque maneiras de trazer mais interatividade para sua prática.

O emprego da tecnologia no ensino

E falando em transformação, sabemos muito bem que a tecnologia desempenha um papel importantíssimo nesse quesito no dias atuais.

É ela que vai permitir esse processo de renovação, garantindo aos alunos acesso às aulas por meio de qualquer recurso móvel e da internet.

Por si só, a tecnologia vem proporcionando a milhões de alunos ao redor do globo maior flexibilidade e facilidade para se qualificar, sem um nível escolar ou acadêmico.

Se os recursos disponíveis hoje demandam dos discentes uma postura mais ativa — afinal de contas, a busca por conhecimento deve partir deles —,  dos docentes eles demandam uma adaptação sem precedentes. Estamos falando de conciliar décadas de prática e tradição pedagógica ao aparato tecnológico em voga.

Contudo, esse processo precisa ocorrer de acordo com alguns parâmetros norteadores. É preciso saber empregar a tecnologia de maneira adequada, evitando, por exemplo, que ela se torne a “atração” em torno da qual gira a aula.

Na verdade, os recursos tecnológicos devem ser vistos e utilizados como canais facilitadores da aprendizagem.

As transformações no campo da educação

O conceito de sala de aula invertida, que provem do inglês “flipped classroom”, é uma metodologia ativa de aprendizagem que depende do correto emprego da tecnologia.

Como você pôde ver, trata-se de uma abordagem recente e que veio para potencializar a construção de conhecimentos pelo aluno e revolucionar a educação como um todo.

Nesse cenário, o papel do professor é ressignificado. Ele passa a atuar mais como um guia do que como um baú de conhecimentos para consulta.

Isso otimiza o tempo em sala de aula, que passa a ser direcionado para a aplicação da teoria e não sua absorção, favorecendo assim a real aprendizagem.

Na verdade, a sala de aula invertida é apenas uma das facetas de um processo de transformação muito maior!

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