Recursos

Trabalho em equipe: por que a soma é melhor do que as partes

Quais são as regras que norteiam o trabalho em equipe e o que define o nível de sucesso de um grupo no âmbito profissional? Será que habilidades e inteligências individuais se traduzem em destreza coletiva no ambiente de trabalho?

Foi exatamente isso que uma pesquisa liderada por Julia Rozovsky se propôs a descobrir na gigante Google a partir de 2012.

O objetivo era entender como as equipes funcionam e identificar padrões comportamentais entre os membros dos times bem-sucedidos.

O motivo para a empreitada? Em relação ao trabalho individual, grupos tendem a elaborar melhores soluções para problemas e entraves, além de identificar erros com mais facilidade e agir mais rapidamente para saná-los.

Quando o grupo funciona como um organismo conciso, a produtividade e a inovação aumentam expressivamente.

Mas quais são as regras que determinam o sucesso ou o fracasso de um time de profissionais? É o que vamos debater neste artigo, que toma como base as descobertas e ideias do Projeto Aristóteles.

Prepare sua caneca de café e vamos juntos!

Os padrões e as regras

Identificar padrões em diferentes equipes em busca de regras e princípios gerais foi o que impulsionou o projeto Aristóteles desde o início.

No entanto, lembre-se de que estamos falando de comportamento humano, campo no qual determinismos e verdades prontas tendem a fracassar.

Quando diferentes times são examinados, vê-se que muitos deles funcionam de maneira até contraditória. Em outras palavras, o que parece ser a chave do sucesso de um, não necessariamente se traduz como algo factível para outros.

Enquanto algumas equipes são organizadas de forma mais horizontal e produzem melhor assim, outras só funcionam com uma hierarquia clara; enquanto o time A é composto por membros cujas experiências são similares, o time B integra backgrounds, funções, formações e níveis hierárquicos diversos.

Como identificar, portanto, um padrão se o comportamento das equipes parece fugir deles?

Depois de muita pesquisa, a iniciativa Aristóteles foi capaz de identificar um atributo que todas as equipes bem-sucedidas nutriam: segurança psicológica.

Não se trata de um conceito novo, e sim de uma cultura de grupo já estudada no meio acadêmico.

A segurança psicológica

Na visão da professora Amy Edmondson da Escola de Negócios de Harvard, a segurança psicológica corresponde à sensação ou crença compartilhada pelos membros de um grupo de que o espaço criado entre eles é seguro para a tomada de riscos interpessoais.

Com a segurança psicológica garantida, os indivíduos podem ser quem eles são, sem recorrer às máscaras que geralmente adotamos quando entramos em uma empresa.

Essa dinâmica permite que o “eu” mais criativo de cada membro venha à superfície, sem medo de julgamento.

Cada membro escuta o que os outros têm a dizer e enxerga suas contribuições como válidas. Pensamentos se complementam e há uma troca real de experiências e ideias.

As pessoas cultivam a sensibilidade de perceber quando alguém não está se sentindo bem ou foi “deixado de fora”, e agem para remediar a situação, chegando a procurar novas abordagens para garantir que todos os membros se sintam incluídos e igualmente importantes.

A segurança psicológica resulta em um equilíbrio entre a identidade individual e a coletiva!

Até aqui tudo bem, mas como construir essa atmosfera? É claro que não há uma receita pronta. No entanto, foram identificados dois fatores fundamentais que propiciam sua construção: a empatia e a comunicação.

A empatia e a comunicação

Como você já deve saber, a empatia diz respeito à habilidade de perceber o outro e conseguir se colocar em seu lugar antes de tomar uma atitude ou dizer algo que possa afetá-lo.

Hoje, nas empresas e em centros acadêmicos, muitos buscam formas de treinar essa habilidade tão necessária à vida em sociedade.

Alguns seres humanos são naturalmente empáticos. No entanto, estamos falando de um traço comportamental que é passível de ser treinado e aperfeiçoado.

Nas melhores equipes, percebeu-se que os membros costumam ser bastante perceptivos nesse sentido, buscando enxergar o outro e se posicionar de forma respeitosa, mesmo em momentos de confronto e antagonismo de ideias.

Uma comunicação clara e sem ruídos brota justamente desse esforço de entendimento e  equilíbrio, já que somente a percepção empática de pessoas e situações possibilitam diálogos construtivos.

Assim como a empatia, a comunicação também é passível de ser desenvolvida. Já falamos desse assunto aqui no blog, dando dicas e ideias para melhorar sua comunicação.

As experiências construídas

Além da segurança psicológica e de seus elementos fundamentais — empatia e comunicação — a pesquisa reafirmou o que, lá no fundo, todo ser humano já sabe: o sucesso é construído por experiências.

Quando você entra em uma empresa, não há como dissociar seu “eu profissional” de seu “eu de verdade”.

O trabalho é parte de vida humana, e, como tal, precisa incorporar toda a complexidade da existência de um indivíduo, transformando isso em subsídio para possibilitar a formação de bons times.

Num trabalho em equipe, o sucesso da empreitada dependerá das interações físicas e emocionais entre os membros, bem como da sensibilidade para enxergar como o outro é afetado nesses momentos.

Portanto, o grupo em si deve perceber e incorporar esses históricos e sentimentos pessoais.

Só assim será possível construir algo em conjunto a partir de individualidades distintas e por vezes até conflitantes.

A valorização do trabalho em equipe

Como você pôde perceber, pelas inúmeras vantagens que o trabalho em equipe representa e pela crescente complexidade das organizações e funções atuais, é uma tendência global que as empresas incentivem a formação de times com as mais diversas finalidades.

Uma parte significativa de nossa vida é dedicada ao trabalho e à interação com as outras pessoas que compõem esse ambiente.

Portanto, buscar maneiras de entender como nos comportamos em grupo a fim de identificar padrões e regras que otimizem essa dinâmica é fundamental.

Segurança psicológica, empatia, comunicação, experiência como base para o sucesso; fica claro que o projeto Aristóteles deu luz a uma série de conclusões interessantes.

Mas mais do que apenas teoria, o que aprendemos se transforma em mecanismos de otimização, pivôs que nos ajudam a identificar sentimentos e comportamentos no dia a dia e a criar oportunidades férteis para novas ideias e abordagens.

Você se interessou pelo assunto que debatemos e pelas conclusões que traçamos aqui? Então que tal compartilhar este artigo nas redes sociais?

Assim, ele pode alcançar mais pessoais interessadas em construir um ambiente de trabalho mais inovador e humano. Seja parte desse movimento!